Monitoramento de aves em parques eólicos: protocolo de pesquisa gerado a partir de observações práticas em Osório, Rio Grande do Sul, Brasil

Monitoramento de aves em parques eólicos: protocolo de pesquisa gerado a partir de observações práticas em Osório, Rio Grande do Sul, Brasil

KAREL MÄHLER JR, Jan; SUERTEGARAY FONTANA, Carla; ANTUNES DIAS, Rafael; REPENNING, Márcio
Laboratório de Ornitologia, Museu de Ciências e Tecnologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, PUCRS | Maia Consultoria e Meio-ambiente, Porto Alegre, RS | Laboratório de Ornitologia da Universidade Católica de Pelotas, UCPel
jancibele@pro.viars.com.br
A busca por formas alternativas de geração de energia tem aumentado na atualidade, sendo a energia eólica uma das menos danosas ao ambiente. Entretanto, as aves podem ser afetadas significativamente por empreendimentos desse tipo. Visando a coleta de informações bio-ecológicas da comunidade de aves em uma área onde será implantado um parque eólico no Estado (29º 53’ S; 50º 16’ W), desenvolveu-se, entre abril de 2004 e março de 2005, o protocolo de pesquisa abaixo discriminado. Para acompanhamento da ocupação do espaço aéreo e observação de deslocamentos de aves na área do empreendimento, foram realizadas observações ocasionais e contagem por pontos. Nestes, registraram-se a altura de vôo, a direção e o horário dos deslocamentos de espécies e bandos. Para monitoramento da ocupação do espaço terrestre, realizaram-se linhas de amostragem, identificando-se espécies preferencialmente terrícolas. Também foram levantadas áreas onde existiam aglomerações e/ou áreas com destacada importância para espécies raras ou ameaçadas de extinção. O impacto das linhas de transmissão foi avaliado a partir da coleta de cadáveres/fragmentos encontrados sob linhas existentes ou nas proximidades destas. Adicionalmente, para a constatação de aves migratórias, foram realizadas procuras em pontos elevados e observações no entorno da área do empreendimento (lagoas costeiras e praia). Os resultados obtidos permitiram indicar a viabilidade do parque eólico, considerando os impactos possíveis na avifauna local, as áreas de restrição e de exclusão de aerogeradores, o traçado mais apropriado para a implantação de estradas e linhas de transmissão e as diretrizes para monitoramento das aves durante as fases de implantação e operação do empreendimento.

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